O
populismo (em russo narodnichestvo)
designa o movimento dos intelectuais russos (como A. Herzen e sobretudo N.
Tchernychevski) que, nos anos 1850-1880, se opôs ao czarismo. Os populistas,
desconfiados relativamente ao liberalismo ocidental, queriam educar os
camponeses (identificados com o "povo"), nos quais viam os guardiões
naturais das tradições e da alma russa, para mobilizá-los contra o despotismo e
para fundar um comunismo agrário.
Marx
e depois Lenine opuseram-se aos populistas, a quem censuravam o fato de não
verem o caráter de classe da sociedade e a confusão que arrastava consigo a
noção de "povo".
Atualmente,
e por analogia, denomina-se populista todo o movimento ou toda a doutrina que
faz apelo de maneira exclusiva ao "povo" ou às "massas", de
maneira indiferenciada e, por vezes, mística. São neles secundários os
antagonismos de classe; é negado o papel do proletariado urbano (e das suas
organizações) como vanguarda revolucionária.
A
ideologia populista está muito espalhada nos países antigamente colonizados ou
semifeudais e concilia-se muitas vezes com um poder ditatorial, evidentemente
"anti-imperialista".
A.
A.