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Fascismo

Fascismo é um regime autoritário criado na Itália, que deriva da palavra italiana fascio, que remetia para uma "aliança" ou "federação".

Originalmente o fascismo foi um movimento político fundado por B. Mussolini em 23 de Março de 1919 e no seu início era composto por unidades de combate (fasci di combattimento).

O fascismo foi apresentado como partido político em 1921. Desde essa altura, a palavra "fascista" é usada para mencionar uma doutrina política com tendências autoritárias, anticomunistas e antiparlamentares, que defende a exclusiva autossuficiência do Estado e suas razões. Trata-se de um movimento antiliberal, que atua contra as liberdades individuais.

O fascismo é diferenciado das ditaduras militares porque o seu poder está fundamentado em organizações de massas e tem uma autoridade única. Os seus membros são na sua grande maioria provenientes da classe operária e da pequena burguesia rural e urbana, ou seja, dos ameaçados pelos fortes intervenientes do grande capital e do sindicalismo comunista.

Quando o fascismo se estabelece no poder, aceita a presença do grande capital e se impõe de forma disciplinadora, impedindo que as organizações operárias defendam a luta de classes (sindicatos, partidos políticos).

O fascismo é caracterizado por uma reação contra o movimento democrático que surgiu graças à Revolução Francesa, assim como pela furiosa oposição às concepções liberais e socialistas.

O termo fascismo passou a ser usado para englobar tanto os regimes diretamente ligados ao eixo Roma-Berlim e seus aliados, como os sistemas de autoridade que atribuíam ao estado funções acima daquelas que as democracias lhe entregavam. É o caso das referências ao "fascismo" espanhol, brasileiro, turco, português, entre outros.

O fenômeno fascista aparece no séc. XX, entre as duas guerras. Encarna o mais absoluto reinado do terror exercido por organizações que obedecem cegamente ao líder do partido único que monopoliza o poder depois de ter eliminado pela violência toda a forma de pluralismo social (associações, sindicatos, etc.) ou político (partidos, grupos de interesses, etc.).

De maneira geral, o fascismo, e mais particularmente o nazismo, é, portanto, a forma mais perfeita do totalitarismo na medida em que, como mostra H. Arendt (1945), tenta destruir toda a forma de vida social a fim de remodelar toda a sociedade segundo a sua própria visão ideológica do mundo. O nazismo combate a sociedade liberal e democrática, acaba com as eleições e elimina o sufrágio universal. Suscita uma intensa mobilização da população e rejeita o individualismo e o igualitarismo; para ele, é doravante o partido constituído por homens excepcionais que constitui o novo escol dirigente.

Para se impor de maneira totalitária, o nazismo põe igualmente fim ao Estado, às suas instituições, à sua ordem jurídica. No entanto, não chega a por verdadeiramente em causa a propriedade privada e a sociedade de mercado.

Convém distinguir o nazismo de regimes que lhe estão próximos sob muitos aspectos, mas que dele se distinguem sob outros.

Se o nazismo se apresenta como um totalitarismo, o fascismo (Itália de Mussolini) aparece como um regime menos extremista, que mantém com frequência as elites tradicionais, reforça o Estado sem dar uma preeminência absoluta ao partido, mobiliza menos a população e utiliza de maneira menos sistemática a violência.

Deste ponto de vista, basta sublinhar que só o nazismo conduz inelutavelmente à exaltação da raça e ao genocídio.

Pela sua rejeição deliberada da sociedade liberal e pela sua tendência para o irracionalismo, o fascismo, na Itália como na França, ou em outros países, nem por isso deixa de ser a expressão de uma recusa da democracia e da ordem republicana fundada na razão e na ideia de progresso.

Fascismo na Itália

O fascismo teve a sua origem na situação de crise gerada após a I Guerra Mundial e no crescimento absorvente do movimento comunista. Revoluções, guerras civis e crises econômicas conduziram a Itália (e outros países como a Romênia, Turquia, Áustria e Alemanha) à formação de grupos fascistas.

Na Itália, Mussolini, antigo socialista e militar, ocupou o poder depois da "marcha sobre Roma" no dia 28 de Outubro de 1922. A câmara outorgou plenos poderes ao duce e os fascistas ocuparam, pouco a pouco, os postos chave do estado. O deputado socialista Matteoti denunciou a corrupção e violência fascistas, tendo sido assassinado pouco depois. A oposição abandonou o parlamento e Mussolini aproveitou a crise para estabelecer, em Janeiro de 1925, um estado totalitário, que proibiu os partidos políticos e os sindicatos não fascistas.

Através do Pacto de Aço (25 de Maio de 1939), o duce se aliou à Alemanha nacional-socialista, levando a Itália a intervir na II Guerra Mundial.

Fascismo e Nazismo

Apesar de muitas vezes serem vistos como sinônimos, o fascismo e nazismo têm diferenças. O nazismo é frequentemente contemplado como uma forma de fascismo, mas o movimento nazista identificou uma raça superior (raça ariana), e tentou eliminar outras raças, para criar prosperidade para o Estado.

A semelhança entre estes dois regimes é que obtiveram grande popularidade entre os elementos da classe operária, porque criavam medidas de apoio para eles, medidas que várias vezes não se concretizavam.


P. B.

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