HISTÓRIA
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
TEMA: Desigualdades e vulnerabilidades: desafios e caminhos para uma sociedade democrática e inclusiva.
SITUAÇÃO-PROBLEMA:
Como explicar e entender a
“liberdade de escolha” no mundo em que vivemos?
COMPETÊNCIA 5: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
OBJETOS DE CONHECIMENTO: Legados do patriarcalismo e da escravidão: as relações de poder e constituição de desigualdades (mito da democracia racial e tipos de racismo: injúria racial, racismo institucional e racismo estrutural).
1. Leia os seguintes textos e responda às questões dadas pelo professor:
TEXTO I – Nossa “democracia racial”
COMPETÊNCIA 5: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
OBJETOS DE CONHECIMENTO: Legados do patriarcalismo e da escravidão: as relações de poder e constituição de desigualdades (mito da democracia racial e tipos de racismo: injúria racial, racismo institucional e racismo estrutural).
1. Leia os seguintes textos e responda às questões dadas pelo professor:
TEXTO I – Nossa “democracia racial”
No Brasil, a alegada e aparente convivência pacífica entre negros e brancos, em harmonia e sem conflitos, assentava-se no estabelecimento, para o indivíduo negro, de um território social específico, de lugares hierárquicos, de “bantustões2” invisíveis, dos quais ele só sairia se portador de um “passaporte” muito especial; ou se disposto a abandonar sua identidade negra. E dentro dos seus “lugares de negro” (morros, favelas, cortiços, subúrbios, periferias), ele sempre deveria se comportar segundo os papéis a ele determinados pela escritura dominante, dentro de estereótipos, enfim. [...] Assim, dentro da imaginária democracia racial brasileira, um bom negro era o empregado doméstico, o motorista da família, a babá, o sambista, a “mulata assanhada”, o jogador de futebol etc.
Então, a mentirosa e demagógica “democracia racial brasileira” é um recurso que muitos ainda continuam usando para negar a existência do racismo entre nós. Essas pessoas, mesmo reconhecendo a baixa condição social e econômica dos afro-brasileiros, alegam que ela não se deve a racismo e sim a fatores puramente econômicos. Por desconhecimento ou má-fé, essas pessoas negam o fato de a origem africana constituir uma barreira invisível e intransponível à mobilidade social, econômica e política do povo negro no Brasil. Temos casos de ascensão individual. Mas isso é sempre exceção.
Fonte: LOPES, Nei. O racismo explicado aos meus lhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p. 151-152.
TEXTO II – “Raça como outro”
[...] ninguém nega que exista racismo no Brasil, mas ele é sempre um atributo do “outro”. Seja da parte de quem preconceitua, seja da parte de quem é preconceituado, difícil é reconhecer a discriminação, e não o ato de discriminar. Além disso, o problema parece se resumir a afirmar oficialmente o preconceito, e não a reconhecê-lo na intimidade. Esse conjunto de argumentos demonstra como estamos diante de um tipo particular de racismo; um racismo sem cara, que se esconde por trás de uma suposta garantia da universalidade das leis que lança para o terreno do privado o jogo da discriminação.
Numa sociedade marcada historicamente pela desigualdade, pelo clientelismo e pelo paternalismo das relações, o racismo se afirma basicamente de forma privada. No entanto, depende da esfera pública para sua explicitação, numa complicada demonstração de etiqueta que mistura raça com educação, posição social e econômica. "Preto rico no Brasil é branco, assim como branco pobre é preto", diz o dito popular.
Fonte: SCHWARCZ. Lilia Moritz. Racismo no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2001. p.77-78.