Indivíduos
e sociedade são indissociáveis. A Sociologia dispõe de um conceito-chave –
socialização – para investigar o processo pelo qual os indivíduos formam a
sociedade e são formados por ela. Inseridos em múltiplos grupos e instituições
que se entrecruzam, como a família, a escola e a Igreja, os membros de uma
sociedade constituem uma complexa rede de relações que permeia o cotidiano.
Embora cada um tenha a sua individualidade, esta se constrói no contexto dessas
relações sociais.
2.1. O que nos é comum
Ao
nascer, a criança chega a um mundo que já está pronto. Nesse momento ela ainda
não se reconhece como pessoa, pois não domina os códigos sociais. Aos poucos,
vai tomando contato com seu meio, aprendendo palavras, significados e regras.
Ao
conviver com a família e com os vizinhos, frequentar a escola, ver televisão,
passear e conhecer novos lugares, coisas e pessoas, a criança se socializa,
isto é, interioriza os valores e o modo de vida da sociedade da qual faz parte.
De
bebês a adultos, em seu caminho de descoberta do mundo, todos os integrantes de
uma sociedade passam pelo processo de socialização.
2.2. As diferenças no processo de
socialização
As
desigualdades sociais promovem formas distintas de socialização: nascer e viver
submetido a condições precárias de habitação, trabalho, educação e saúde é
muito diferente de dispor, desde o nascimento, de fácil acesso aos bens
materiais e culturais.
O
contexto histórico também imprime diferenças nesse processo. A socialização das
pessoas que vivem em um país em guerra, por exemplo, é diferente daquela das
pessoas que moram em um local onde predomina a paz. A socialização nos dias de
hoje, profundamente afetada pelos avanços tecnológicos nos setores de
comunicação e informação, é bem diferente da socialização nos anos 1950.
2.3. Tudo começa na família
Mesmo
considerando todas as diferenças, normalmente há um processo de socialização
formal, conduzido por instituições como a escola e a Igreja, e um processo
informal, que acontece inicialmente na família, na vizinhança e pela exposição
aos meios de comunicação.
No
espaço privado das relações de intimidade e afeto, representado pela família,
aprendemos a obedecer às regras de convivência e a lidar com as diferenças e a
diversidade.
Nos
outros espaços que frequentamos em nosso cotidiano, os espaços públicos de
socialização, precisamos observar as normas e regras próprias de cada situação.