A
sociedade atual é repleta de propagandas de diversos produtos anunciados nos
meios de comunicação. Porém, é importante desviaremos o foco para os produtos
(supostamente) mais consumidos pelos jovens, a fim de levar a uma reflexão
sobre como eles são consumidos.
Aqui
discutiremos de que maneiras o jovem se insere na cultura de consumo, como
consumidor e como produtor de cultura e identidades a partir daquilo que consome.
O objetivo é redirecionar a discussão do consumo e do consumismo focando
especificamente o universo das práticas juvenis de consumo. É importante
enfatizar, entretanto, que esse universo é plural e
multifacetado, ou seja, embora
possamos nos referir a um conjunto de pessoas como “jovens”, em função de sua
faixa etária, o seu comportamento em relação ao consumo não é o mesmo e não
pode ser generalizado, seja para determinada cultura, país ou mesmo geração.
Queremos dizer com isso que, apesar de a indústria de consumo de massa produzir
artigos em série para ser consumidos igualmente por um grande número de
pessoas, a forma como nos apropriamos desses objetos varia em função do
contexto social, econômico, histórico, regional e cultural em que nos
encontramos.
Em
outras palavras, as pessoas têm poder de decisão sobre o que desejam comprar e
fazer com os objetos que adquirem. Por essa razão, muitos produtos nem sempre
“emplacam” quando são lançados no mercado; outros fazem mais sucesso do que o
esperado e, às vezes, damos outros usos a objetos cujo propósito inicial não era
aquele que imaginávamos. A criatividade e a inventividade humana operam de
forma dialógica com a indústria da propaganda e do consumo, e todo consumidor
pode agir como interlocutor nesse diálogo, pois é ele quem compra.
Analisaremos,
assim, como os jovens participam desse processo a partir da seguinte questão: Apesar
de tanta gente usar os mesmos produtos, você acha que todo mundo aqui se veste
igual, usa o mesmo modelo de telefone celular ou de tablet?
Por quê?
Apesar
de todos consumirem mais ou menos os mesmos produtos, não os consomem da mesma
maneira. Os estudantes e trabalhadores vão à escola ou ao trabalho vestidos de
forma diferente entre si e cada um procura desenvolver um estilo próprio de
combinar acessórios e produtos.
Jovens
e cultura
Hoje
é comum nos referirmos às pessoas entre 13 e 30 anos como jovens. Essa
delimitação, às vezes, se estende às pessoas um pouco mais velhas ou mesmo mais
novas.
Podemos,
inclusive, utilizar o termo “jovem” em vez de “adolescente”. Isso ocorre porque
não há uma definição muito precisa de quando começa a idade “jovem”, tampouco de
quando ela termina. O aspecto mais relevante a ser destacado é que os jovens
não são todos iguais. No Brasil, essa realidade parece evidente do ponto de vista
sociodemográfico em função das enormes desigualdades sociais ainda vigentes em nosso
país. Porém, o que é interessante apontar, além das diferenças que podemos
observar em relação à origem social dos jovens, ao sexo, ao local de moradia,
ao grau de escolaridade, e a outros fatores, são as diversidades quanto aos
hábitos de consumo, às práticas de lazer e de fruição, assim como às de
produção de cultura e de identidade.
Embora
os interesses, os hábitos de lazer e o comportamento das pessoas mais novas, em
geral, tendam a ser diferentes daqueles das pessoas mais velhas, até a década
de 1950, aproximadamente, não se podia dizer que os jovens se destacavam como
possuidores de uma “cultura própria”, ou como consumidores de produtos
específicos para sua faixa etária e praticantes de atividades de lazer
circunscritas a eles. Ser jovem era mais uma fase da vida antes
de se tornar adulto, com suas fragilidades e especificidades. O jovem precisava
ser “preparado” para se tornar um cidadão, segundo determinados padrões
considerados adequados, dependendo da sociedade na qual estava inserido.
Esse
quadro começou a mudar com o surgimento da cultura e da comunicação de massa,
após a Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos foram o primeiro país a se beneficiar
do novo ciclo de desenvolvimento industrial que deslanchou com o final da guerra,
quando houve ampla diversificação da produção e o aumento significativo dos
níveis de emprego e dos benefícios do Estado de Bem-Estar Social. Esse período
também foi caracterizado pelo crescimento do consumo, ampliado pela criação de
novos bens e crescente importância dos meios de comunicação.
Nessa
época, a escolaridade obrigatória foi estendida e houve significativa expansão
da oferta de empregos para os jovens recém-saídos do sistema educacional. Tais
condições sociais e econômicas proporcionaram a emergência de novos estilos
juvenis de vida.
Para
ampliar um pouco mais a compreensão desse tema leia o texto a seguir:
O aumento da disponibilidade e da
procura por diversão e por elementos diferenciados de consumo provoca rápida
resposta por parte da indústria, do comércio e da publicidade, que passa a
produzir bens específicos para esse público, alimentando o espraiamento dos
novos hábitos. Está montado, assim, o cenário de uma juventude fundamentalmente
ligada ao seu tempo de lazer; em lanchonetes ouve rock-’n’-roll
em jukebox (máquina
parcialmente automatizada capaz de selecionar discos ou faixas de discos
inserindo-se moedas e selecionando-se as músicas que se deseja ouvir) ou
programas de auditório; consome novas mercadorias, de guloseimas
(refrigerantes, chicletes etc.) a roupas (jeans, jaqueta de couro) e meios de
locomoção (a motocicleta), todos marcada e distintivamente juvenis. Esses
elementos aparecem como característicos de um novo padrão de comportamento –
que inclui maior liberdade e autonomia para os jovens – interpretado como uma
diminuição geral da autoridade e controle paternos, paralelamente a uma
valorização do prazer e do consumo como fontes de gratificação imediata.
(ABRAMO, Helena Wendel. Cenas
juvenis: punks e
darks no cenário urbano. São Paulo: Página
Aberta, 1994. p. 29)
As
respostas dos jovens à emergente cultura de consumo foram muito diversificadas.
Isso ocorreu porque a forma como os diferentes grupos sociais tiveram contato
com essa nova cultura variou conforme o país, a região e também a classe social
de origem. Nem todos tinham acesso aos produtos que chegavam dos Estados
Unidos. Não ter acesso àquilo que é veiculado pela mídia causa insatisfação; ao
mesmo tempo, ser igual a todo mundo não é o que toda gente quer. A necessidade
de se distinguir no meio da “massa de jovens” e de novos “modismos” contribuiu para
o surgimento de inúmeros movimentos de contestação, que tinham como objetivo
chamar a atenção da sociedade por meio da marcação das diferenças.
Alguns
dos mais importantes movimentos de contracultura, que apareceram entre as décadas
de 1950 e 1960, foram os movimentos beatnik (os
jovens beatniks estadunidenses buscavam um estilo
próprio, centrado na expressividade, na criatividade, na experimentação poética
e sexual, na maconha e no jazz,
tomando de empréstimo elementos do niilismo e do misticismo) e o movimento hippie
(iniciado nos Estados Unidos e que depois se difundiu
internacionalmente). Pregava a experimentação psicodélica e sexual, o
orientalismo, o nomadismo, o culto à espontaneidade, além de propor formas de
sociedade alternativas baseadas em comunidades com cooperativas próprias de
produção e consumo, canais de comunicação, critérios estéticos, linguagens,
formas de alimentação e rituais.
Para
ampliar mais a discussão colocamos as questões: Como
os diferentes grupos de jovens buscam se diferenciar entre si? Qual é a lógica
que explica a formação de movimentos, tipos, estilos e tendências tão diversos
entre os jovens?
A
lógica por detrás da marcação das diferenças entre os grupos de jovens que
buscam ora seguir as tendências da moda, ora se contrapor ao contexto político
e social vigente, opera de várias formas:
·
por meio do lazer: grupos
de colegas e amigos que se reúnem em seu tempo de lazer a fim de se divertirem
juntos. Desenvolvem estilos próprios de vestuário, cheios de simbolismos, e
elegem elementos privilegiados de consumo, que se tornam também simbólicos e em
torno dos quais criam identidades distintas;
·
por meio da contestação: outros
grupos de jovens que, reunidos por afinidades de classe e origem social, buscam
elaborar uma resposta diferenciada daquelas disponíveis, apropriando-se de
forma peculiar de objetos providos pelo mercado ou pela indústria cultural. Ao
lhes atribuir novos significados, a partir da inversão do seu uso original ou da
reunião de objetos díspares em um conjunto inusitado cujo propósito é causar estranheza,
criam estilos divergentes em contraposição a outros grupos sociais;
·
por meio da música: o
consumo de diferentes estilos musicais é um dos aspectos fundamentais na
formação de grupos de jovens que se reúnem para ouvir, tocar, compor e se
apresentar em conformidade com o tipo de música de sua preferência. O estilo
musical, além de funcionar como marcação identitária, serve para comunicar e
expressar ideologias políticas, filosofias de vida, modos de pensar sobre a realidade,
manifestações sobre sentimentos em relação aos problemas sociais vivenciados no
cotidiano, denúncias, protestos etc.
Dessa
forma compreendemos os meios pelos quais os jovens procuram construir suas identidades.
Um
dos exemplos mais expressivos dessa combinação da música com ideologias
políticas, filosofias de vida e os outros aspectos foi o aparecimento dos
grupos de jovens punks,
na Inglaterra, entre 1976 e 1977. Para entender as origens e o significado de punk,
leia o texto a seguir:
A música punk
aparece como uma reação ao estrelismo do rock
progressivo imperante nos anos 70, que necessitava de um
enorme esquema empresarial e envolvia muito dinheiro; aparece como busca de uma
música simples e rudimentar, sem necessidade de grandes aparatos e virtuosismo,
que qualquer garoto com vontade de divertir-se e expressar-se pudesse fazer: o
“lema” da proposta musical é justamente o do it
yourself (faça você mesmo), com os recursos disponíveis, por mais
rudimentares que sejam. O punk aparece
então como uma música ágil e “autêntica”, ligada às experiências dos jovens no
cotidiano das ruas: uma música que faz sentido de novo para os jovens e suas
experiências reais. [...] Em torno dessa proposta musical, articula-se toda uma
estética baseada nos mesmos princípios, isto é, a utilização de materiais
rudimentares, desvalorizados, provenientes do lixo urbano e industrial: tecidos
de plástico, calças rasgadas, meias furadas, camisetas semidestruídas, peças de
roupa fora de moda. O estilo compõe uma aparência estranha e agressiva, de
jovens “pobres” e “mal-intencionados”. Punk é
um termo da língua inglesa que quer dizer madeira podre, mas que também serve
para designar coisas sem valor ou pessoas desqualificadas.
(ABRAMO, Helena Wendel. Cenas
juvenis: punks e
darks no cenário urbano. São Paulo: Página
Aberta, 1994. p. 44)
Os
punks são apenas um dos diversos grupos de
jovens que emergiram na segunda metade do século XX como forma de contestação à
indústria de consumo de massa e ao estilo musical dominante do rock-’n’-roll
estadunidense. Desde então, inúmeras formas de manifestação
e expressão, baseadas em práticas de lazer, estilos visuais, filosofias de vida,
gostos musicais, dança, grafite, performance e
outros, surgem e desaparecem no espaço da escola, da comunidade, do bairro e da
cidade.
A
seguir, apresentaremos alguns desses grupos contemporâneos, identificados por pesquisadores
brasileiros em contextos urbanos no Brasil. É importante que você enfatize que
esses grupos de jovens muitas vezes compartilham valores, hábitos e filosofias
que atravessam fronteiras. A mesma música que eles ouvem pode ser ouvida nas
rádios em diversos locais do país, e pode ser apropriada por jovens tanto no
interior do Estado como na capital. Por essa razão, algumas práticas serão
familiares, outras serão estranhas e engraçadas. O objetivo de apresentar esses
grupos é propiciar a oportunidade tanto do estranhamento
quanto do reconhecimento,
a partir da identificação de características em comum e distintivas, que aproximam
e distinguem jovens que compartilham uma mesma cultura de consumo. No Brasil, existem
diversos grupos de jovens espalhados por todas as cidades que se identificam
das mais variadas formas e podem ser encontrados em comunidades que atravessam
fronteiras, por meio da internet e dos sites de
relacionamento, dos blogs,
das comunidades virtuais, entre outras.
Os
textos a seguir, podem ajudá-los a reconhecer alguns desses grupos.
·
Hip-hop: cultura inventada
por jovens afro-americanos a partir de influência afro-jamaicana, hoje difundida
no mundo todo. Os vértices da cultura hip-hop são
o break (dança), o grafite (pintura) ou a
prática de DJ (música). E seus elementos
constitutivos, o DJ (instrumentista),
o MC (mestre de cerimônia ou rap-rapper),
o B-boy (dançarino de rua) e o grafiteiro
(interessado na expressão gráfica da cultura urbana). Essa associação ocorreu
por causa do interesse dos jovens pela música mais falada que cantada (rappers
e também cantores de R&B –
rhythm and blues), pela discotecagem e produção de
música a partir de fragmentos ou samples (DJs),
por estilos de street dance (B-boys),
pela organização e produção de eventos (MCs)
e pela expressão gráfica com um sentido estético diferenciado (grafite). Criado
como manifestação de um estilo de vida que confronta certos valores
tradicionais, o hip-hop também
abrange a reflexão e a discussão sobre questões raciais, sociais e políticas.
·
Gótico: o
termo foi usado no final dos anos 1970, na Inglaterra, para definir um estilo
musical. Posteriormente, já na metade dos anos 1980, era associado à música
pós-punk. Chegou ao Brasil em 1985, ainda
chamado de dark, do qual se distinguiu no início dos
anos 1990. “A identidade gótica se constitui em torno de um núcleo: a morte. A
morte permeia toda a produção artística do grupo; é a razão do horror, do
sobrenatural e do obscuro. A marca da morte está nos rostos pintados de branco
com olhos e bocas ressaltados, na cor preta das roupas, nos símbolos religiosos
utilizados como acessórios, e é a inscrição do grupo no corpo do indivíduo, e o
símbolo que o identifica diante de outros grupos. [...] Símbolos religiosos e
esotéricos (como a cruz cristã, o ankh egípcio
e o pentagrama) formam outro conjunto importante de elementos constituintes da
identidade do grupo gótico. Esses símbolos são usados como adornos – colares, brincos,
tatuagens etc. – e permeiam a produção artística dos góticos. [...] Outras
características marcantes do grupo gótico são sua relação com a arte e com a
sexualidade e sua postura não agressiva. [...] O grupo se orgulha de ser
pacífico e de não brigar com outros grupos.”
(BOURDOUKAN, Adla. Carpe Noctem:
góticos na internet. In: MAGNANI, J. G. C.; SOUZA, B. M. de (Orgs.). Jovens
na metrópole: etnografias de circuitos de lazer,
encontro e sociabilidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2007. p. 71-73)
·
Straight
edge:
o termo não tem tradução precisa, mas numa tradução livre para o português quer
dizer “caminho correto”. Trata-se de um movimento descendente do punk
e do hardcore estadunidenses,
cujos preceitos se estruturam a partir da música, mas vão muito além dela. Uma
das principais características dos straight edges era
a recusa do comportamento considerado destrutivo dos punks,
especialmente o consumo de álcool e drogas. “Assim, manter-se, ‘sóbrio’, era
fundamental para a tarefa de propor alternativas de mudanças, algo que é
classificado como uma atitude mais positiva frente à situação. Logo, aqueles
que faziam a opção por não consumir tais substâncias em função desse julgamento
passaram a utilizar o termo straight edge,
para designar a si próprios, e marcar as costas das mãos com ‘X’ – código
utilizado em alguns bares norte-americanos para distinguir quem não pode
consumir bebidas alcoólicas por ser menor de idade. [...] A oposição ao uso de
drogas ainda é representada por meio das expressões ‘drug
free’ (livre de drogas) e, ‘drugs are
for losers’, (drogas são para perdedores)
frequentemente estampadas em camisetas. Aos poucos outros elementos foram sendo
incorporados e passaram a fazer parte do comportamento dos straight
edges, entre eles o vegetarianismo, num primeiro momento, e,
posteriormente, o ‘veganismo’, segundo o qual nenhum alimento ou produto que
contenha qualquer substância derivada de animais é passível de consumo.”
(SOUZA, Bruna Mantese de. Straight
edges e suas relações na cidade. In: MAGNANI, J. G. C.; SOUZA, B.
M. de (Orgs.). Jovens na metrópole:
etnografias de circuitos de lazer, encontro e sociabilidade. São Paulo:
Terceiro Nome, 2007. p. 25-26)
·
Forrozeiro: prática
de lazer tradicional da cultura nordestina, virou moda entre estudantes
universitários paulistanos, que passaram a frequentar bailes de forró, criando
novos estilos musicais e de dança, diferentes dos forrós existentes. “É
possível reconhecer facilmente uma forrozeira pela sua vestimenta. Ela
geralmente usa saia, rodada e solta, curta ou longa. O importante é permitir a
liberdade de movimento das pernas, para não atrapalhar na hora de dançar. São
vários os tipos de tecidos, predominando os de cores fortes e quentes, como o
vermelho, amarelo e laranja, além do uso constante de estampas florais. [...] Como
a principal atividade do forró é a dança, a sapatilha indica quem é que sabe ou
não dançar. A pessoa nem precisa saber todos os passos de dança, mas o uso da
sapatilha demonstra que ela conhece as regras do lugar. [...] Para os homens,
bermudas largas ou calças largas e confortáveis e camisetas leves de algodão,
que costumam ser estampadas com nomes de bandas e de eventos ligados ao forró.
[...] O estilo das bandas que se apresentam no forró universitário, segundo os forrozeiros,
é o chamado, ‘pé de serra’,. Esse é um dado importante, ressaltado por seus
usuários e produtores, que serve para diferenciá-lo dos forrós ‘risca-faca’.”
(ALFONSI, Daniela do Amaral. O forró
universitário em São Paulo. In: MAGNANI, J. G. C.; SOUZA, B. M. (Orgs.). Jovens
na metrópole: etnografias de circuitos de lazer,
encontro e sociabilidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2007. p. 47-48)
Jovens
e consumo
Procuraremos
aqui desenvolver uma atividade interativa a fim de propiciar o estranhamento em
relação às formas como eles mesmos se apropriam dos produtos disponíveis no
mercado de consumo, do que é difundido na indústria cultural pelos meios de
comunicação de massa (música, programas de televisão, cinema, arte, literatura,
internet) e, a partir disso, desenvolvem estilos próprios de se vestir, de se
comunicar, de se expressar e de se identificar como jovens.
Para
isso, propomos o preenchimento do questionário a seguir. O propósito das
perguntas é levar à reflexão a respeito das práticas individuais e grupais em
relação aos hábitos de se vestir, de se divertir, de consumir e de produzir cultura.
Embora sejam individuais, os questionários devem ser trabalhados em grupo, de
modo que percebam quais são as semelhanças e as diferenças que mantêm entre si
e identifiquem se existem práticas ou estilos que podem ser caracterizados como
próprios do grupo.
Isso
possibilita a ampliação das possibilidades de troca de informações, descobertas
e identificações.
Questionário:
O
objetivo deste questionário é traçar um perfil dos seus hábitos e costumes em
relação ao lazer, ao consumo e às práticas culturais. Procure responder às
perguntas a seguir com as alternativas que mais se aproximam da sua
realidade. Não existem respostas certas ou erradas. Afinal, quem mais tem
conhecimento sobre você é você mesmo. Quando terminar, procure descobrir o
quanto você é parecido com seus colegas, amigos e familiares; ou se você é
mesmo muito diferente deles. Então, qual é a “sua praia”?
|
Parte
1 – Identificação
Nome:
Idade:
Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
Escola
onde estuda:
Série
em que está: Classe:
Período
em que estuda: ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite
|
Parte
2 – Uso do tempo
1.
Por dia, quanto tempo você dedica às seguintes atividades:
a)
Estar na escola? ( ) Até 3 horas
(
) De 3 a 4 hor as
(
) De 4 a 6 hor as
(
) Mais de 6 horas
b)
Fazer a lição de casa/estudar? ( ) Menos de meia hora
(
) Entre 30 minutos e 1 hora
(
) De 1 a 2 hor as
(
) Mais de 2 horas
c)
Trabalhar? ( ) Não trabalho
(
) Até 3 horas
(
) De 3 a 4 hor as
(
) De 4 a 6 hor as
(
) Mais de 6 horas
d)
Atividades domésticas? ( ) Não realizo atividades domésticas
(
) Até 3 horas
(
) De 3 a 4 hor as
(
) De 4 a 6 hor as
(
) Mais de 6 horas
e)
Dormir? ( ) Até 4 horas
(
) De 4 a 6 hor as
(
) De 6 a 7 hor as
(
) 7 horas ou mais
|
Parte
3 – Tempo livre
2.
Durante a semana, quando você tem tempo livre para desenvolver atividades de
lazer, descansar ou simplesmente não fazer nada?
(
) Todos os dias
(
) Apenas nos dias úteis
(
) Somente nos fins de semana
(
) Nunca tenho tempo livre
3.
De quanto tempo livre você dispõe durante a semana para desenvolver
atividades de lazer, descansar ou simplesmente não fazer nada?
(
) Nenhum
(
) 1 hora
(
) 2 horas
(
) Até 4 horas
(
) Mais de 4 horas
4.
De quanto tempo livre você dispõe no fim de semana para desenvolver
atividades de lazer, descansar ou simplesmente não fazer nada?
(
) Nenhum
(
) Só o domingo
(
) Parte do sábado e o domingo
(
) Todo o fim de semana
(
) Somente à noite
|
Parte
4 – Atividades de lazer
5.
Quando você não está estudando, trabalhando ou ajudando no serviço de casa, o
que você gosta de fazer ou consegue fazer no seu tempo livre? Pode marcar
mais de uma resposta.
(
) Nada
(
) Assistir à TV
(
) Ouvir música
(
) Sair
(
) Estar com os amigos
(
) Navegar na internet
(
) Praticar esportes
(
) Namorar
(
) Outras. Quais?
6.
Que tipo de lugar você costuma frequentar no seu tempo livre? Pode marcar
mais de uma resposta.
(
) Fico na rua
(
) Quadra esportiva/campo de futebol
(
) Praça/parque
(
) Cinema
(
) Teatro
(
) Shopping
(
) Igreja/templo
(
) Museu
(
) Danceteria
(
) Outros. Quais?
|
Parte
5 – Consumo e produção de cultura
7.
Qual é o seu tipo de música preferido? Pode marcar mais de uma resposta.
(
) Rock
(
) Heavy metal
(
) Samba
(
) Axé
(
) Pagode
(
) Sertanejo
(
) Jazz
(
) Reggae
(
) Forró
(
) Rap
(
) Outros. Quais?
|
Parte
5 – Consumo e produção de cultura
8.
Você toca em alguma banda ou grupo musical? Em caso de resposta afirmativa,
que instrumento você toca e qual é o estilo de música do seu grupo?
9.
Qual é o seu tipo de pr ograma de TV favorito? Pode marcar mais de uma
resposta.
(
) Não costumo assistir à TV
(
) Noticiário
(
) Novela
(
) Entrevista
(
) Programa de auditório
(
) Reality show
(
) Videoclipe
(
) Filme
(
) Série
(
) Desenho animado
(
) Documentário
(
) Programa esportivo
(
) Outros. Quais?
10.
Qual é o seu tipo de filme favorito? Pode marcar mais de uma resposta.
(
) Não tenho um tipo favorito
(
) Suspense
(
) Ação
(
) Dr ama
(
) Romance
(
) Aventura
(
) Terror
(
) Comédia
(
) Infantil
(
) Outros. Quais?
11.
O que você gosta de ler? Pode marcar mais de uma resposta.
(
) Não tenho o hábito de ler
(
) Jornal
(
) Revista
(
) Fanzine
(
) História em quadrinhos
(
) Mangá
(
) Livro
(
) Outros. Quais?
12.
O que você gosta de fazer na internet? Pode marcar mais de uma resposta.
(
) Não costumo acessar a internet
(
) Ver e-mails
(
) Conversar com os amigos por meio das ferramentas de bate-papo
(
) Acessar redes sociais
(
) Entrar em salas de chat
(
) Fazer pesquisa
(
) Baixar músicas
(
) Baixar fi lmes
(
) Jogar on-line
(
) Outros. Quais?
|
Parte
5 – Consumo e produção de cultura
13.
Você desenvolve ou pratica alguma atividade cultural, como, por exemplo, faz
parte de um grupo de teatro, joga capoeira, dança ou canta? Em caso de
resposta afirmativa, descreva quais são as atividades que você pratica e por
quê.
|
Parte
6 – Estilo pessoal
14.
Descreva o seu jeito básico de se vestir (inclua roupas, acessórios e
maquiagem, se for o caso) quando você:
a)
Vem para a escola:
b)
Sai com seus amigos:
c)
Sai com seu(sua) namorado(a) ou sua família:
|
Se
as diferenças são grandes o suficiente para afastá-los ou aproximá-los da
convivência cotidiana ou se é possível descobrir coisas em comum e partilhar
experiências.
Espera-se
a compreensão do papel da indústria de consumo e da cultura de massa na formação
de uma nova condição juvenil, a partir da década de 1950, nos Estados Unidos,
desencadeando novas possibilidades de vivenciar e experimentar as práticas de
lazer, a música, o consumo de massa e as oportunidades de vida oferecidas na
época. Além disso, devem ter adquirido uma noção inicial de como os jovens
podem se relacionar das formas mais variadas possíveis com a cultura, o
mercado, os meios de comunicação e a produção em massa de produtos direcionados
a eles, reivindicando espaços próprios de contestação, manifestação e marcação
de identidades.
Por
fim, deve ter percebido de que formas são capazes de fazer isso a partir dos
próprios hábitos e práticas cotidianas em relação à cultura, ao lazer e ao
consumo.
Questões:
1.
Você conhece algum dos
grupos/movimentos mencionados? Quais?
2.
Quais são as atividades desenvolvidas pelos
jovens que atuam no hip-hop?
Qual é o principal tipo de música difundido por esse movimento?
3. Com
quais elementos e objetos os jovens que se identificam como góticos constroem sua
identidade?
4.
Analise as opções de consumo dos straight
edges e explique como, por meio de suas escolhas de consumo, eles
conseguem expressar sua ideologia.
5.
Produção de um trabalho individual que
expresse de maneira criativa o modo de ser e de pensar dos jovens. Esse trabalho
pode resultar em qualquer forma de expressão artística, desde um texto em
prosa, como uma narrativa, por exemplo, até uma poesia, uma letra de música, um
desenho, uma pintura, uma colagem, um painel, um curta-metragem em DVD, uma
composição ou no caso dos grupos de jovens que tocam em uma banda, em uma
apresentação musical, a ser combinada previamente com a direção da escola. O
trabalho tem por objetivo provocar a reflexão e o estranhamento do jovem em relação
a si próprio como consumidor e produtor de cultura, de modo a buscar o
reconhecimento e a expressão dos elementos que operam como marcas identitárias,
desde os adereços até a postura corporal, dos hábitos de consumo à filosofia de
vida. Neste trabalho, deve-se refletir e identificar os elementos que utiliza
para criar seu estilo, para distinguir-se dos outros e, principalmente,
expressar seu jeito de ser e de pensar. A reflexão deve incluir tudo: desde o
que ele usa no seu dia a dia (roupas, acessórios, objetos pessoais) até a sua
postura corporal; o que costuma comprar, fazer, dizer e praticar. O resultado
deve proporcionar não apenas uma apreciação estética, como também um meio de
expressar as razões (o porquê) de ele se identificar dessa forma.
6.
Desenvolva um texto dissertativo em
que reflita sobre a relação entre o jovem e o consumo, argumentando sobre os seguintes
aspectos: (a)
a necessidade de ter determinados objetos; (b) a
importância de marcar as diferenças entre os grupos de jovens pelos lugares que
você frequenta, por aquilo que você usa e por aquilo que faz; (c) os
conflitos derivados da impossibilidade de consumir sem ter dinheiro.