O fundamental da Sociologia é
fornecer-nos conceitos e outras ferramentas para analisar as questões sociais e
individuais de um modo sistemático e consistente, indo além do senso comum.
Conhecendo
a sociedade
Para Pierre Bourdieu, sociólogo francês
contemporâneo, a Sociologia, quando se coloca numa posição crítica, incomoda
muito, porque, como outras ciências humanas, revela aspectos da sociedade que
certos indivíduos ou grupos se empenham em ocultar. Se esses indivíduos e
grupos procuram impedir que determinados atos e fenômenos sejam conhecidos do
público, de alguma forma o esclarecimento de tais fatos pode perturbar seus
interesses ou mesmo concepções, explicações e convicções.
A intenção de pensar a sociedade é:
- Formar indivíduos autônomos;
- Formar pensadores independentes;
- Desenvolver a imaginação sociológica.
A
produção social do conhecimento
Todo conhecimento se desenvolve
socialmente. É fundamental para todos entender como são criadas as instituições
sociais, políticas e econômicas que permitem certa estabilidade social.
Na maioria das sociedades, há
indivíduos e grupos que defendem a manutenção da situação existente (o status quo) porque esta atende a seus
interesses.
Há, entretanto, pessoas e grupos que
querem mudar a situação existente, pois não acham que a sociedade à qual
pertencem é boa para elas e para outros.
Aqueles que querem manter a situação
normalmente são aqueles que detêm o poder na sociedade; aqueles que lutam para
muda-la são os que estão em situação subalterna.
Assim, há conflitos de interesses:
porém não são opostos polarizados, mas complementares. Portanto, coincidências
e divergências de ideias sobre a melhor maneira de se viver mantém aberto a possibilidade
de diálogo.
A Sociologia é uma dessas formas de
conhecimento resultado das condições sociais, econômicas e políticas do tempo
em que se desenvolveu: entender as transformações da sociedade do século XVI ao
XIX, em função da emergência e do desenvolvimento do capitalismo.
A urbanização do trabalho, da produção,
da indústria, da economia, além de outros aspectos transformou o estilo de
vida, as relações familiares e sociais, surgindo daí novas ideias, culturas e
entendimento da vida, que influenciam o modo de vive em sociedade.
Com essas transformações surgiram
questões sociais novas que fomentou o surgimento de novos conhecimentos.
Surgiram pensadores como o Conde de Saint-Simon (1760-1825); Auguste Comte
(1798-1857) e Karl Marx (1818-18836), além de Èmile Durkheim e Max Weber que elaboraram teorias nas quais se
tornaram a base sobre as quais a Sociologia se tornou ciência. Os primeiros
teóricos estavam concentrados na França, Alemanha e Estados Unidos (século XIX
e XX).
Esses estudiosos, não conformados com
as explicações existentes, procuraram ultrapassar o senso comum e elaboraram
conceitos e teorias sobre aspectos da sociedade que a maioria das pessoas não
questionava.
No século XX, a Sociologia tornou-se
mundialmente conhecida, estando presentes em Universidades, meios de
comunicação, palestras e livros. No Brasil, a Sociologia tem alcançado uma
visibilidade muito grande.
A
pesquisa como fundamento do conhecimento sociológico
Desde suas origens, o conhecimento
sociológico foi constituído com base em muita pesquisa. O objeto de suas
pesquisas variava dos fenômenos mais simples até os mais complexos.
O trabalho de Florestan Fernandes
(1920-1995), importante (1920-1995), importante sociólogo brasileiro, demonstra
a diversidade e as possibilidades da pesquisa sociológica. Estudou as mudanças
sociais na cidade de São Paulo (1949-1952); Publicou “Fundamentos empíricos da
explicação sociológica”. Pesquisou com Roger Bastide “a condição do negro na
sociedade brasileira” (1950), escreveu “O negro no mundo dos brancos” (1972);
“Educação e sociedade no Brasil” (1966); “A revolução burguesa no Brasil”
(1975).
Aprender a pensar sociologicamente,
implica, fazer pesquisas, mesmo que sejam pequenas.