Há uma confusão, muitas vezes difundida propositalmente, entre fascismo e partidos ou correntes políticas de direita. O fascismo, sem dúvida, tem posições de extrema-direita, mas a maioria das correntes de direita não é fascista.
Afinal, o que é o fascismo? O fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha foram movimentos que surgiram nas décadas de 1920-30 como resposta do capitalismo à onda revolucionária que se seguiu após a Revolução Russa de 1917.
Esses movimentos cresceram porque a revolução foi vitoriosa na Rússia, mas, no resto da Europa, foi derrotada e perdeu força. Por isso, chegou-se a um impasse entre as forças revolucionárias e as reacionárias.
O fascismo surgiu com o objetivo de romper esse impasse pela força e decidir a luta a favor da ditadura do capital. A base social desses movimentos eram pequenos comerciantes arruinados pela crise econômica e pequenos e médios agricultores em dificuldades, isto é, a pequena-burguesia.
Para atingir esse objetivo, foram organizados grupos paramilitares fortemente armados com recursos fornecidos pelos grandes capitalistas. Assim, atacavam o movimento operário com métodos de guerra civil. Como explicou Nahuel Moreno, fundador da LIT-QI: “todo governo fascista se caracteriza precisamente por esmagar – com métodos de guerra civil e se apoiando na mobilização da classe média desesperada e do lumpemproletáriado – a classe trabalhadora com suas organizações sindicais e partidos. Essa é a clássica definição trotskista do fascismo para distingui-la de um governo ultrarreacionário que, embora exista, não é fascista”.
Esses bandos armados realizaram ataques armados às manifestações operárias, assassinatos, invasão e destruição de sedes de sindicatos, incêndios. Seu objetivo era destruir a organização independente da classe trabalhadora.
Na Itália, a organização paramilitar fascista nasceu em torno das “esquadras de ação” e, depois, dos Camisas Negras. Na Alemanha, foram primeiro os Freikorps e, depois, as SAs (“tropas de assalto”).
Os movimentos fascistas buscavam chegar ao poder principalmente pela via armada, como aconteceu na Itália com a Marcha sobre Roma organizada pelo Partido Fascista, ou com a tentativa fracassada do golpe de Munique, impulsionada por Hitler. A participação eleitoral desses partidos era apenas um complemento dessas ações armadas.
Na América Latina, também teve a atuação de organizações fascistas. Foi o caso da Argentina, durante o governo de Isabelita Perón (1975-1976), quando foi organizado um grupo fascista, financiado pelo próprio governo, chamado Alianza Anticomunista Argentina (a famosa Triple A). Esse grupo assassinou várias centenas de ativistas operários e militantes de partidos de esquerda. ...
Por Bernardo Cerdeira
A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor.
Afinal, o que é o fascismo? O fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha foram movimentos que surgiram nas décadas de 1920-30 como resposta do capitalismo à onda revolucionária que se seguiu após a Revolução Russa de 1917.
Esses movimentos cresceram porque a revolução foi vitoriosa na Rússia, mas, no resto da Europa, foi derrotada e perdeu força. Por isso, chegou-se a um impasse entre as forças revolucionárias e as reacionárias.
O fascismo surgiu com o objetivo de romper esse impasse pela força e decidir a luta a favor da ditadura do capital. A base social desses movimentos eram pequenos comerciantes arruinados pela crise econômica e pequenos e médios agricultores em dificuldades, isto é, a pequena-burguesia.
Para atingir esse objetivo, foram organizados grupos paramilitares fortemente armados com recursos fornecidos pelos grandes capitalistas. Assim, atacavam o movimento operário com métodos de guerra civil. Como explicou Nahuel Moreno, fundador da LIT-QI: “todo governo fascista se caracteriza precisamente por esmagar – com métodos de guerra civil e se apoiando na mobilização da classe média desesperada e do lumpemproletáriado – a classe trabalhadora com suas organizações sindicais e partidos. Essa é a clássica definição trotskista do fascismo para distingui-la de um governo ultrarreacionário que, embora exista, não é fascista”.
Esses bandos armados realizaram ataques armados às manifestações operárias, assassinatos, invasão e destruição de sedes de sindicatos, incêndios. Seu objetivo era destruir a organização independente da classe trabalhadora.
Na Itália, a organização paramilitar fascista nasceu em torno das “esquadras de ação” e, depois, dos Camisas Negras. Na Alemanha, foram primeiro os Freikorps e, depois, as SAs (“tropas de assalto”).
Os movimentos fascistas buscavam chegar ao poder principalmente pela via armada, como aconteceu na Itália com a Marcha sobre Roma organizada pelo Partido Fascista, ou com a tentativa fracassada do golpe de Munique, impulsionada por Hitler. A participação eleitoral desses partidos era apenas um complemento dessas ações armadas.
Na América Latina, também teve a atuação de organizações fascistas. Foi o caso da Argentina, durante o governo de Isabelita Perón (1975-1976), quando foi organizado um grupo fascista, financiado pelo próprio governo, chamado Alianza Anticomunista Argentina (a famosa Triple A). Esse grupo assassinou várias centenas de ativistas operários e militantes de partidos de esquerda. ...
Por Bernardo Cerdeira
A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor.