segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Geração

Geralmente entende-se por geração um conjunto de pessoas nascidas num dado período e que tem mais ou menos a mesma idade.
A extensão desse período confunde-se com o intervalo médio de tempo que separa o nascimento dos pais e mães do da sua progenitura: geração dos pais, geração dos filhos, separadas tradicionalmente por uma trintena de anos. Esta extensão calcula-se rigorosamente pela idade média das mulheres na maternidade, e tende a diminuir um pouco com a baixa da fecundidade, porquanto as mulheres dão à luz cada vez menos a partir de uma certa idade.

O aumento da esperança de vida e as transformações econômicas e sociais modificaram as relações entre gerações. No sistema antigo, uma solidariedade natural, aceite de uma maneira mais ou menos consciente, estabelecia-se entre elas, devendo o filho esperar a morte do pai para tomar a direção da empresa familiar. Morte essa que geralmente ocorria relativamente cedo. Hoje em dia os pais são demasiados jovens para cederem os seus lugares aos seus filhos mais velhos, mas fazem tudo o que é necessário para facilitar a sua instalação na vida: eventual contribuição financeira, serviços de todos os gêneros, em particular para a guarda de crianças, incentivo às relações etc.

Mas o que continua a ser verdade no seio de cada família já o não é na sociedade global. Duas gerações de adultos encontram-se em concorrência: a dos pais ainda no ativo e ocupando os postos de responsabilidade e a dos filhos preocupados em arranjar empregos e travados na sua promoção. Mudaram, pois, as condições da reprodução social.

Na sociedade de ontem, as gerações sucediam-se sem choques, a seguinte repetindo a anterior de forma mais ou menos idêntica. O futuro dos filhos era em tudo semelhante ao presente e ao passado dos seus pais. Os valores reconhecidos e os comportamentos estavam marcados com o selo da imobilidade. A entrada em cena da mudança, e de uma mudança cada vez mais rápida, modificou radicalmente esta situação.

Os adultos sentem-se estranhos num mundo novo. A sua autoridade sofre, porquanto os filhos procuram os seus modelos de conduta junto dos da mesma idade, o grupo dos seus "pares" (Riesman, 1955). Se sempre se opuseram as gerações entre si, um verdadeiro "fosso" os separa atualmente (Mead, 1970), como se elas não falassem a mesma língua.

Imagem um pouco forçada talvez, mas um dos problemas de hoje, e do amanhã, é o de estabelecer entre elas uma melhor comunicação.

Por A. G.


Como explicar e entender a “liberdade de escolha” no mundo em que vivemos?

  HISTÓRIA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 TEMA: Desigualdades e vulnerabilidades: desafios e caminhos para uma sociedade democrática e inclus...