A noção de absentismo é estudada pelos sociólogos no sentido específico
de ausência do trabalho.
O estudo do absentismo põe problemas de definição e de medida. Antes de
fazer a soma dos tempos de ausência, é preciso saber que tipos de ausência
serão contabilizados: assim, as mulheres têm a reputação de se ausentarem mais
que os homens, mas, se se excluírem as licenças de maternidade, a diferença
apresentar-se-á bem pequena.
A medida do absentismo implica que se disponha do meio de controlar as
ausências de um assalariado, o que nem sempre acontece: assim, determinada
categoria poderá parecer mais absentista que uma outra simplesmente porque as
suas ausências são mais perceptíveis.
Um estudo efetuado pelo INSEE permitiu, entretanto, estabelecer que o
absentismo representava, em 1978, cerca de vinte dias úteis por ano, ou seja,
8,5 por cento do tempo de trabalho. Calcula-se que esta cifra média baixou sem
dúvida a partir de então. Pode verificar-se que os assalariados se ausentam com
maior frequência quando são pouco qualificados, quando estão há pouco tempo
ainda no seu posto de trabalho, quando são muito jovens ou, pelo contrário,
muito idosos, quando trabalham numa grande empresa, quando os salários são
baixos e as taxas de doença profissional e de acidente de trabalho elevadas.
Nos estudos econômicos, a ausência do trabalho é principalmente encarada
como uma perda para o aparelho de produção e um comportamento desviante que
convém canalizar. No quadro da sociologia das organizações, o absentismo pode
ser compreendido como uma das saídas do sistema de interação que constitui a
organização, como uma estratégia racional de compensação.
Fonte: Dicionário de Sociologia