quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A sociedade dos indivíduos

O que vem primeiro: o indivíduo ou a sociedade? Os indivíduos moldam a sociedade ou a sociedade molda os indivíduos? Podemos dizer que indivíduos e sociedade fazem parte da mesma trama, tecida pelas relações sociais. Não há separação entre eles.
Nós, seres humanos, nascemos e passamos nossa existência em sociedade porque precisamos uns dos outros para sobreviver. O fato de dependermos uns dos outros significa que não temos autonomia? Até que ponto dispomos de liberdade para decidir e agir? Até que ponto somos condicionados pelas sociedades? A sociedade nos obriga a ser o que não queremos? Podemos mudar a sociedade?
Para estudar essas questões, os sociólogos desenvolveram alguns conceitos, como socialização, instituição, hierarquia e poder, e geraram uma diversidade de análises.
O indivíduo, sua história e a sociedade
A Sociologia, assim como as demais ciências humanas, tem como objetivo compreender e explicar as permanências e as transformações que ocorrem nas sociedades humanas. Um dos pontos de partida para isso, da perspectiva sociológica, é o entendimento da relação entre o individual e o social.
Podemos dizer que indivíduos e sociedade fazem parte da mesma trama, tecida pelas relações sociais. Não há separação entre eles. Porém, quando analisamos historicamente algumas sociedades, verificamos que ao longo do tempo houve uma variação na ênfase dada ao individual ou aos social.
Nas sociedades tribais (indígenas), nas da Antiguidade (grega e romana) e na Europa medieval, apesar das diferenças entre os indivíduos, não se dissociava a pessoa de seu grupo.
Na Europa ocidental, a ideia de indivíduo começou a ganhar força no século XVI, com a Reforma Protestante. Segundo os adeptos desse movimento religioso, as pessoas podiam relacionar-se diretamente com Deus, sem intermediários.
No século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo e do pensamento liberal, a ideia de indivíduo e de individualismo firmou-se definitivamente, pois a felicidade humana, definida como o acesso a bens materiais, passou a ocupar o centro das atenções.
No século XIX, a sociedade capitalista se consolidou, e a posição do indivíduo passou a ser definida pela propriedade de bens, de dinheiro ou da força de trabalho.
Nossas escolhas, seus limites e repercussões
 A vida do indivíduo é condicionada por práticas sociais que existiam antes de seu nascimento e por decisões tomadas sem sua participação direta, como a definição das regras de uma eleição.
O indivíduo muitas vezes não tem como interferir em valores, normas, costumes ou formas já estabelecidas de produção da vida material. Entretanto, pode tomar decisões que conduzem a diferentes direções na vida.
A direção seguida é sempre resultado das escolhas do indivíduo. Assim, ele constrói a própria história e interfere na história de sua sociedade, que é feita por todos os que nela vivem.
Das questões individuais às questões sociais
Podemos chamar de questões sociais:
·         Situações que não dizem respeito apenas à vida pessoal, mas também estão ligadas à estrutura de uma ou de várias sociedades, como o desemprego que afeta milhões de indivíduos em diversos grupos sociais;
·         Situações que afetam o cotidiano individual e são consequência de acontecimentos que atingem muitos países, como a queda da bolsa de Nova York (1929) e a Crise do Petróleo (1973).
Concluindo, podemos dizer que acontecimentos independentes de nossa vontade estão presentes na biografia de cada um de nós e fazem parte da história da sociedade em que vivemos. Esses acontecimentos podem resultar de situações provocadas pelas decisões de algumas pessoas e ter grande alcance, influenciando as relações políticas, econômicas e financeiras de todos os países e afetando os indivíduos em muitos lugares.

Tomar uma decisão é algo individual e social ao mesmo tempo, sendo impossível separar esses planos.

Como explicar e entender a “liberdade de escolha” no mundo em que vivemos?

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