sábado, 15 de setembro de 2012

Alunos indisciplinados é resultado da transmissão de valores egoístas

Na Essência do Conflito


Yves de La Taille é um popstar. Ao final de uma palestra sobre formação moral e ética em um congresso para educadores em São Paulo, os professores fazem fila para tirar fotografias ou lhe pedir para autografar um dos seus vários livros sobre educação. A razão? Ele parece trazer soluções para educadores que enfrentem, no dia a dia, graves problemas de indisciplina, desrespeito e violência com seus alunos. Professor de psicologia do desenvolvimento na Universidade de São Paulo (USP) e autor dos livros Ética para meus pais, Indisciplina e Formação ética, entre outros, La Taille não tem celular, é avesso ao consumismo e condena a vida baseada na procura pela riqueza. Para ele, o mundo vive uma crise de valores éticos e morais, e ela, obviamente, alcança os alunos. O professor acredita que falta às escolas esforço em transmitir tais princípios. Não se trata de simplesmente estabelecer regras morais: o que pode ou não pode fazer, mas da opção ética da escola, ou seja, sua compreensão sobre como deve ser a vida. Para ele, não adianta esperar que os alunos vivam harmoniosamente e solidários, se as escolas pregam que desejam formar vencedores e líderes. O professor, sozinho, sem um programa institucional, pouco pode alcançar.

Na entrevista a seguir, ele comenta sobre a formação ética e moral, o papel da escola, a relação desta com a família e os problemas de convívio dentro das salas de aula. Clique aqui e veja a entrevista.

Comente este post


sábado, 8 de setembro de 2012

Militares que torturaram e mataram devem ser punidos, afirma ex-guerrilheiro

Vera Sílvia Magalhães, torturada barbaramente
durante a 
ditadura, é amparada por Cid Benjamin
ao deixar o cárcere rumo ao exílio

"... Fiquei cheia de sequelas, cheia de problemas”, lembrou a militante 

Após 43 anos, completados nesta semana, o sequestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick, em um dos episódios mais dramáticos da luta armada no Brasil, marcou a história recente do país. Então integrante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR 8), o jornalista Cid Benjamin – um dos idealizadores da ação que culminou na libertação de 15 prisioneiros políticos, entre eles o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o líder comunista Gregório Bezerra –, passadas mais de quatro décadas, vive em em um país democrático, possível graças ao sacrifício dos homens e mulheres que resistiram à ditadura militar. Os militares que participaram dos atos de tortura e da série de assassinatos políticos naquela época, segundo o ex-guerrilheiro, devem pagar por seus atos.

Em entrevista ao Correio do Brasil, Cid Benjamin – que hoje milita no Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) – acredita que o país mudou “e para melhor”, após os anos de combate ao aparato da repressão, quando ainda integrava a DI-GB. A dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), no antigo Estado da Guanabara, fechou uma aliança com a Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighella, para o seqüestro político do embaixador norte-americano. Em 5 de setembro de 1969, com a ação em curso, o grupo passa a se autodenominar MR-8, em homenagem ao líder guerrilheiro Che Guevara (que caiu em combate em 8 de outubro de 1967). Apesar das baixas que se seguiriam dias após o sequestro político, a missão cumpriu seu objetivo. Além de salvar os militantes presos da morte certa, pela primeira vez a tortura foi denunciada amplamente no país, após a leitura de um manifesto no rádio e na televisão e sua publicação nos jornais da época.

Com a caça implacável aos autores do sequestro, Virgilio Gomes da Silva, o comandante Jonas, que havia liderado a ação, foi preso, torturado e morto por militares na Operação Bandeirantes (Oban). Cid Benjamin e Vera Silvia Araújo Magalhães (Marta), entre outros militantes do MR 8, também caíram e, posteriormente, foram mandados para o exílio. Vera, pouco antes de morrer, em 2007, lembrou ter sido “a única torturada na Sexta-Feira Santa na Polícia do Exército. E eles me disseram: ‘Você vai ser torturada como homem, como Jesus Cristo’. Para uma mulher, acho que exageraram mesmo. Fiquei cheia de sequelas, cheia de problemas”, lembrou a militante, que precisou ser amparada por Benjamin até o avião em que seriam deportados do país, tamanhos os ferimentos causados pela tortura.

Embora o país tenha mudado muito pouco desde então, Cid reafirma que a luta, na época, foi legítima, mas “necessariamente, seria derrotada”.


Fonte: Correio do Brasil (Disponível em http://correiodobrasil.com.br/militares-que-torturaram-e-mataram-devem-ser-punidos-afirma-ex-guerrilheiro/511530/#.UEwUjo1lTa0, acessado em 08.set.2012

Comente este post

Como explicar e entender a “liberdade de escolha” no mundo em que vivemos?

  HISTÓRIA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 TEMA: Desigualdades e vulnerabilidades: desafios e caminhos para uma sociedade democrática e inclus...