quinta-feira, 29 de março de 2012

Educação: Os melhores para as piores

Os melhores professores para as piores escolas


Por: Maria Alice Setubal* - Folha de S. Paulo - 26/03

Sistema de bônus cria competição danosa e afasta bons professores dos alunos ruins; a educação não é como o mercado, em que a concorrência pode ser saudável

No momento em que o Ministério da Educação anuncia o novo piso nacional dos professores, discutido pelos principais editoriais do país, faz-se necessária e urgente a defesa da valorização do professor, principal agente da educação. Sem o reconhecimento da profissão, não alcançaremos uma educação de qualidade compatível com os desafios da sociedade contemporânea e com a posição brasileira de sexta economia mundial.

Além de dominar o conteúdo a ser ensinado, o professor precisa se responsabilizar pelo aprendizado de seus alunos. Para estimular esse compromisso, muitas secretarias de educação criaram um sistema de incentivos e bônus relacionados aos resultados dos alunos e das escolas. Se, a princípio, tal medida parece acertada por se basear no mérito, por outro lado ela gera uma competição por recursos entre as escolas que é danosa ao sistema educacional. A educação não deve e não pode ser tratada como o mercado, em que a concorrência pode ser saudável.

Temos um sistema educacional extremamente desigual e, por isso, competição e incentivos, se não implementados com cautela, poderão gerar maiores desigualdades. Professores e outros profissionais do ensino irão buscar escolas mais bem avaliadas ou trabalharão somente com os alunos com maiores recursos culturais. Assim, receberão mais altas recompensas, gerando um fosso ainda maior entre pobres e ricos, pois as escolas da periferia dificilmente serão escolhidas por docentes estáveis e concursados.

Assim, escolas localizadas nessas áreas precisam de políticas especiais, articuladas com seus territórios e comunidades. Elas precisam de apoio das outras escolas do entorno melhores avaliadas para trocar experiências, rompendo com a lógica de competição. Caso contrário, continuarão isoladas, incorporando todos os problemas da alta vulnerabilidade e da exclusão social.

Países como o Canadá e a Finlândia, além da cidade de Xangai, três dos melhores colocados nos exames do Pisa (avaliação educacional internacional), instituem consórcios e arranjos administrativos, criando condições para que escolas de excelências e equipes de professores e diretores desenvolvam projetos e tutorias junto a seus pares com maiores dificuldades. Além disso, organizam mesas de negociação permanentes com entidades educacionais e alocam os melhores professores para os alunos e as escolas com as piores avaliações.

É necessário atrairmos para a educação os melhores profissionais. Para isso, é imprescindível, de um lado, oferecer plano de carreira, salários dignos, formação e infraestrutura adequadas. De outro lado, é necessário acompanhar e monitorar os seus desempenhos. Esses profissionais de excelência precisam ser recompensados e alocados nas escolas que mais necessitam deles.

Precisamos de mais cooperação e menos competição. Precisamos ter coragem e ousadia para inverter a relação meritocracia-competição para meritocracia-cooperação -algo que, aliás, está muito mais consoante com nossa cultura. O professor é o agente central dessa discussão. A sociedade brasileira precisa valorizá-lo de forma que ele tenha orgulho de sua profissão. Precisamos ter, como em outros países, listas de espera para o preenchimento das vagas docentes.

Precisamos de uma educação que contribua para a diminuição das desigualdades, conciliando um sistema que valoriza os melhores professores com um investimento na promoção da equidade entre as escolas e entre os alunos. É necessário pensar de forma cooperativa, criando arranjos municipais educacionais e a gestão de grupos locais de escolas. Esse é o desafio para potencializarmos nossos recursos humanos para que correspondam à nossa grandeza econômica.

* MARIA ALICE SETUBAL, 60, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, da Fundação Tide Setubal e do Instituto Democracia e Sustentabilidade

Fonte: APEOESP

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Vestibulares: PUC-SP divulga livros obrigatórios

PUC-SP divulga livros obrigatórios para os próximos vestibulares


A PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) divulgou nesta quinta-feira (22) a lista de obras literárias do vestibular 2012 de inverno e do vestibular de 2013.

Veja o quadro com as obras:

Lista de obras obrigatórias para o vestibular 2012 de inverno
Obra literária Autor
Antologia Poética (com base na 2ª. edição aumentada) Vinícius de Moraes
Capitães da Areia Jorge Amado
O Cortiço Aluísio de Azevedo
Dom Casmurro Machado de Assis
Vidas Secas Graciliano Ramos

Lista de obras obrigatórias para o vestibular 2013
Obras literárias Autor
Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis
Sentimento do Mundo Carlos Drummond de Andrade
Til José de Alencar
Viagens na Minha Terra Almeida Garret
Vidas Secas Graciliano Ramos

Segundo a assessoria de imprensa na universidade, o calendário do vestibular de inverno de 2012 será divulgado em abril.

Outras informações podem ser obtidas no site da instituição.

As informaçoes foram fornecidas pela instituiçao e podem ser alteradas por ela sem aviso prévio. É recomendável confirmar datas e horários no site oficial.


Fonte: UOL Educação

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sábado, 10 de março de 2012

Um terço dos jovens estão atrasados na Escola

Três em cada dez alunos que deveriam estar no ensino médio estão no fundamental

Cerca de um terço (31,9%) dos alunos que deviam estar no ensino médio não conseguiram concluir a etapa anterior, o ensino fundamental. Os dados fazem parte da edição de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram elaborados pela área de Estudos e Pesquisas do Todos Pela Educação.
De acordo com os dados, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos estão no ensino médio, etapa apropriada para a faixa etária em questão. Uma parcela (0,7%) concluiu a educação básica e está em cursos pré-vestibulares ou no ensino superior. Entretanto, 0,2% dos estudantes ainda cursam a etapa de alfabetização, e 1,2% a educação de jovens e adultos no nível fundamental. Além disso, 14,8% dos jovens estão fora da escola. Os dados podem ser observados na tabela abaixo:

DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS DE ENSINO DOS ALUNOS DE 15 A 17 ANOS

Etapa de ensino
Número de alunos

de 15 a 17 anos
%
Ensino fundamental3.315.65831,9%
Ensino médio5.295.19250,9%
Alfabetização de jovens e adultos21.8830,2%
Educação de jovens e adultos
- fundamental
124.2161,2%
Educação de jovens e adultos
 - médio
23.1370,2%
Ensino superior62.3610,5%
Pré-vestibular17.1270,2%
Não estudantes1.539.81114,8%
No Brasil, as taxas de estudantes de 15 a 17 anos no ensino médio, também chamadas de taxas líquidas de matrícula nesta etapa da educação básica, variam bastante conforme a região. Pelos dados, no Norte e no Nordeste do País, apenas quatro em cada dez jovens desta faixa etária está no ensino médio.

TAXAS LÍQUIDAS DE MATRÍCULA

RegiãoEnsino médio
Norte39,1%
Nordeste39,2%
Sudeste60,5%
Sul57,4%
Centro-Oeste54,7%
BRASIL50,9%

Dados comparativos do Censo 2010

Segundo o Censo 2010, a taxa de atendimento dos jovens de 15 a 17 anos alcançou o patamar de 83,3%. Pela Emenda Constitucional nº 59, até 2016, a educação básica deve ser universalizada dos 4 aos 17 anos. Assim, o desafio para os gestores é grande.
No Norte do país, o percentual de atendimento é o mais baixo, com 81,3% dos jovens de 15 a 17 anos na escola. Já o Sudeste tem a taxa de acesso à escola mais alta nesta faixa etária: 85%.
Em dez anos, a frequência à escola nesta faixa etária aumentou 7%. “Se o ritmo de crescimento não for mais acelerado, não conseguiremos ter nem 90% dos jovens na escola nos próximos dez anos”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação.
TAXAS DE ATENDIMENTO ESCOLAR DAS POPULAÇÕES DE 15 A 17 ANOS
PARA O BRASIL E REGIÕES, SEGUNDO OS CENSOS 2000 E 2010
Região2000 (em %)2010 (em %)Crescimento (em %)
Norte73,181,311,2
Nordeste77,382,87,1
Sudeste80,485,05,7
Sul75,581,47,8
Centro-Oeste77,283,17,7
BRASIL77,983,37,0
A universalização do atendimento escolar é analisada pela Meta 1 do Todos Pela Educação que diz que toda criança e todo jovem, de 4 a 17 anos, devem estar na escola.
*O Todos Pela Educação é um movimento que congrega a sociedade civil, educadores e gestores públicos pela exigência de uma educação básica de qualidade para crianças e jovens.
Fonte: Uol Educação
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